Fiocruz aponta queda de SRAG no país, mas alerta sobre alta entre crianças e idosos em estados como Espírito Santo e Paraíba.
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionados à Covid-19 apresentou uma queda generalizada no Brasil, especialmente nas regiões do centro-sul, conforme aponta o boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (24). A análise do órgão revela uma tendência de diminuição dos casos tanto no curto prazo (últimas três semanas) quanto no longo prazo (últimas seis semanas). No entanto, quatro estados — Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Tocantins — exibem sinais de aumento, especialmente entre idosos e crianças até 14 anos.
Nos estados mencionados, o aumento em crianças e adolescentes levanta preocupações, já que o tipo de vírus responsável ainda não foi identificado com precisão. Segundo Tatiana Portella, pesquisadora da Fiocruz, infecções respiratórias comuns em menores, como aquelas causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus e metapneumovírus, podem ser os agentes causadores. Diante desse cenário, a especialista enfatiza a importância de medidas preventivas, como o uso de máscaras em locais fechados e em situações de aglomeração, especialmente em estados com alta nos casos de SRAG.
Para conter a propagação, Portella recomenda que qualquer pessoa com sintomas gripais — incluindo coriza, febre ou dor de garganta — use máscaras ao sair de casa, caso não seja possível permanecer em repouso. Além do uso de máscaras, a Fiocruz reforça a importância da vacinação, sobretudo para indivíduos dos grupos de risco. Segundo o boletim, a imunização continua sendo uma das ferramentas mais eficazes na prevenção de complicações graves da Covid-19 e outros vírus respiratórios.
Os dados do InfoGripe também revelam que, dos casos de SRAG positivos identificados neste ano, a maior parte foi causada por vírus respiratórios distintos: 36,9% dos casos foram de vírus sincicial respiratório, 25,4% de rinovírus e 19% de Sars-CoV-2. Nos óbitos registrados, 52% tiveram resultados laboratoriais positivos para Covid-19, destacando a gravidade da doença ainda em 2024. Esse cenário reforça a importância do monitoramento contínuo, dada a volatilidade dos casos em algumas regiões e a possibilidade de novos surtos.
Nas últimas semanas, a prevalência de Sars-CoV-2 nos casos positivos atingiu 61,8%, enquanto a influenza A e o rinovírus representaram 17,2% e 7,4%, respectivamente. A Fiocruz destaca que os números podem sofrer alterações devido à constante atualização dos dados e à inserção de novos resultados laboratoriais.