A prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima, decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Recife, foi revogada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, nesta terça-feira (24). O magistrado baseou sua decisão na falta de materialidade e provas consistentes, questionando a legalidade da prisão e das medidas cautelares aplicadas anteriormente.
Na decisão inicial, Gusttavo Lima foi acusado de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro ligado à empresa de apostas esportivas Esportes da Sorte. Segundo a juíza, o cantor teria dado suporte a foragidos da justiça, José André Neto e sua esposa Aislla Henriques, em uma viagem recente à Grécia. A prisão foi decretada no âmbito da Operação Integration, que também investiga a influenciadora Deolane Bezerra.
Desembargador Eduardo Guilliod Maranhão contesta a fundamentação da prisão
O desembargador Maranhão foi enfático em sua decisão, criticando as justificativas utilizadas pela juíza da 12ª Vara Criminal. Segundo ele, o relatório policial mostrou que André Neto e Aislla Henriques embarcaram para a Grécia no dia 1º de setembro, enquanto as prisões preventivas foram decretadas em 3 de setembro. “É evidente que, no momento do embarque, eles não se encontravam na condição de foragidos”, afirmou Maranhão.
Além disso, o desembargador destacou que a fundamentação para a prisão preventiva e para as outras medidas cautelares, como a suspensão do passaporte e do registro de porte de arma de fogo de Gusttavo Lima, era “imprópria e baseada em considerações genéricas”. A falta de evidências materiais que justificassem a detenção do cantor levou à revogação das restrições impostas ao artista.
Investigação e Operação Integration
A prisão de Gusttavo Lima ocorreu no contexto de uma investigação mais ampla, a Operação Integration, que tem como objetivo desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro operado por empresas de apostas esportivas. O cantor foi associado a José André Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e a sua esposa, Aislla Henriques, sócia do negócio. De acordo com as suspeitas, Gusttavo teria facilitado a fuga do casal durante a viagem à Grécia, o que motivou a prisão preventiva.
No entanto, a defesa de Gusttavo Lima argumentou que não havia indícios concretos de que ele tivesse ciência do status legal de André Neto e Aislla no momento da viagem. Essa linha de defesa foi reforçada pelo desembargador Maranhão, que considerou que as acusações careciam de provas robustas.
Impacto da decisão e próximos passos
Com a revogação da prisão e das medidas restritivas, o cantor Gusttavo Lima retoma suas atividades sem as limitações impostas pela decisão anterior. No entanto, as investigações relacionadas à Operação Integration continuam, e novos desdobramentos podem surgir conforme o caso avança.
A defesa do cantor reafirmou sua confiança na justiça e destacou que a revogação da prisão é um reconhecimento de que não há fundamentos para associá-lo ao esquema de lavagem de dinheiro. Já a juíza Andrea Calado da Cruz, responsável pela decretação da prisão, não se pronunciou publicamente sobre a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco até o momento.
Essa revogação ressalta a importância da fundamentação jurídica sólida em casos de prisão preventiva, evitando que medidas extremas sejam aplicadas sem evidências concretas. Para Gusttavo Lima, a decisão representa um alívio no meio de uma fase conturbada de sua carreira.