Editorial destaca a falta de reciprocidade do governo Maduro em relação ao apoio do petismo ao regime venezuelano
Em um editorial publicado nesta terça-feira, 10 de setembro de 2024, o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que o governo chavista da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, utilizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) como instrumentos para sua legitimação internacional e financiamento ao longo dos anos. A crítica enfatiza que, embora Lula defenda o regime de Maduro, o ditador venezuelano não retribui essa fidelidade com reciprocidade.
A publicação observa que, mesmo diante de ameaças e repressões intensificadas por parte do governo Maduro, Lula continua a minimizar as ações autoritárias na Venezuela. O editorial critica a postura do presidente brasileiro, que defende a normalidade do cenário político venezuelano, enquanto outras nações, como Estados Unidos, Argentina e Paraguai, condenam duramente o regime de Maduro.
Entre os dias 6 e 8 de setembro, milicianos venezuelanos cercaram a Embaixada da Argentina, em Caracas, que estava sob a proteção do Brasil. No local, seis membros da oposição, incluindo a líder María Corina Machado, estavam abrigados. Enquanto líderes globais condenavam a situação, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, emitiu apenas uma nota protocolar, sem expressar indignação.
A ação na embaixada ocorreu logo após a Venezuela revogar unilateralmente o acordo que permitia ao Brasil cuidar dos interesses da Argentina em Caracas. O editorial do Estadão aponta que, diante de ações hostis como essa, Lula continua a proteger Maduro, insistindo que não há nada de grave acontecendo no país vizinho.
Ainda segundo o jornal, o apoio de Lula a Maduro ultrapassa a mera retórica. O editorial relembra que, em governos anteriores, o Brasil, sob o comando do PT, financiou o regime venezuelano com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A dívida da Venezuela com o Brasil já chega a quase R$ 7 bilhões, um valor que, segundo o Estadão, foi assumido sob a justificativa de que “são todos amigos do Brasil” — uma referência ao relacionamento próximo entre Lula e seus aliados autoritários na América Latina.
O jornal também critica a postura do governo brasileiro em relação à fraude eleitoral na Venezuela. Maduro já declarou que não divulgará as atas das eleições presidenciais de julho, uma manobra amplamente vista como uma tentativa de mascarar a fraude. Diante disso, a resposta de Lula foi sugerir a realização de novas eleições, sem mencionar a gravidade da manipulação do processo eleitoral.
O editorial conclui que Lula e o PT continuam sendo usados como ferramentas para a legitimação e financiamento do regime chavista, mesmo diante da ingratidão do governo Maduro. Para o Estadão, essa relação é marcada pela falta de reciprocidade, pois, enquanto Lula protege seu “companheiro” venezuelano, Maduro age de forma unilateral e sem considerar os interesses brasileiros.
Por fim, o jornal critica a insistência de Lula em se posicionar como um estadista e líder da esquerda na América Latina, enquanto sua postura é vista como conivente com regimes autoritários, como o de Maduro.
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