Suspeito invadiu campo de golfe onde Trump jogava e foi capturado após fuga; ex-presidente não se feriu
Ryan Wesley Routh, um ativista pró-Ucrânia, de aproximadamente 50 anos, foi preso sob a acusação de tentar assassinar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O incidente ocorreu no último domingo, em um campo de golfe em West Palm Beach, Flórida, onde Trump estava jogando. O FBI e o Serviço Secreto americano estão investigando o caso como uma “tentativa de assassinato”.
De acordo com as autoridades, Routh foi flagrado com um fuzil AK-47 enquanto se escondia nos arbustos próximos ao campo. Ao perceber que havia sido visto por agentes do Serviço Secreto, ele fugiu em um carro, mas foi detido a cerca de 61 quilômetros do local. Trump saiu ileso do episódio e, posteriormente, comentou que “foi um dia muito interessante”.
Em um e-mail enviado aos seus apoiadores, Trump assegurou que está “seguro e bem”. Ele afirmou ainda: “Nada vai me parar. Nunca vou me render!”.
A identidade do suspeito foi verificada após uma análise de perfis em redes sociais. Ryan Wesley Routh tem histórico de apoio à Ucrânia desde a invasão russa em 2022. Ele chegou a conceder uma entrevista ao jornal New York Times no ano passado, onde relatou que viajou imediatamente para a Ucrânia com o objetivo de recrutar soldados afegãos, que haviam fugido do Talebã, para lutarem ao lado dos ucranianos.
Routh, sem experiência militar anterior, era ativo nas redes sociais, incentivando combatentes estrangeiros a se unirem à causa ucraniana. Em uma postagem no Facebook, feita em julho, ele pediu paciência aos soldados afegãos, alegando que ainda aguardava uma resposta das autoridades ucranianas sobre a aceitação desses combatentes.
Notícias locais também indicam que Routh possui antecedentes criminais. Segundo informações da rede de televisão CBS, ele já havia sido condenado por crimes como porte ilegal de arma.
O filho de Routh, Oran, declarou à imprensa que seu pai é um “homem amoroso e carinhoso”, descrevendo-o de forma positiva, apesar das acusações.
O Incidente
No dia do incidente, Trump jogava golfe em uma tarde ensolarada de domingo. Às 13h30, no horário local (14h30 em Brasília), um agente do Serviço Secreto, que patrulhava o campo de golfe a uma curta distância de Trump, notou algo suspeito nos arbustos. O xerife Ric Bradshaw, do condado de Palm Beach, relatou à imprensa que o agente avistou o cano de um fuzil saindo de uma cerca.
O Serviço Secreto tentou confrontar o suspeito, mas Routh fugiu rapidamente, dirigindo um Nissan preto, que foi fotografado por uma testemunha. Imediatamente, um alerta foi emitido e, em menos de uma hora, o carro foi localizado em uma estrada no condado de Martin, cerca de 45 minutos do campo de golfe. Routh foi preso no local sem resistência.
O xerife William Snyder comentou que o suspeito manteve a calma durante a prisão, sem demonstrar emoções aparentes. Ainda não está claro se Routh chegou a disparar sua arma contra Trump ou os agentes. No entanto, a polícia confirmou que os agentes do Serviço Secreto reagiram e dispararam contra o suspeito.
Repercussão
A Casa Branca rapidamente emitiu um comunicado, informando que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris foram notificados sobre o incidente. Ambos expressaram alívio ao saber que Trump estava seguro. Harris, que concorre contra Trump nas próximas eleições presidenciais, também comentou em sua conta no X (anteriormente Twitter): “Fico feliz em saber que ele está seguro. A violência não tem lugar na América”.
Este incidente acontece cerca de dois meses após uma outra tentativa de assassinato contra Trump, durante um comício na Pensilvânia. Na ocasião, o ex-presidente foi atingido de raspão na orelha por um tiro disparado por Thomas Matthew Crooks, um homem armado com um rifle AR-15. Crooks, de 20 anos, foi morto por agentes do Serviço Secreto após o ataque, que também resultou na morte de um apoiador de Trump.
Após o incidente na Pensilvânia, o Serviço Secreto enfrentou críticas sobre como o atirador conseguiu se aproximar o suficiente para disparar contra o ex-presidente. O caso levou à renúncia de Kimberly Cheatle, diretora da agência, duas semanas após o ocorrido.