Ucrânia denuncia a maior execução em massa de prisioneiros de guerra desde o início da guerra, enquanto jovens russos anti-guerra enfrentam penas severas.
Oficiais militares russos executaram 16 prisioneiros de guerra ucranianos nas proximidades das aldeias de Mykolaivka e Chasiv Yar, de acordo com o Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia. Um vídeo, amplamente divulgado pelo aplicativo Telegram, mostra os soldados ucranianos capturados saindo de uma floresta antes de serem alvejados. Após se alinharem, os prisioneiros foram atacados com fogo de armas automáticas e, em seguida, os soldados russos atiraram em seus corpos à queima-roupa.
O Procurador-Geral ucraniano, Andriy Kostin, classificou o evento como a maior execução em massa conhecida de prisioneiros de guerra ucranianos até o momento. Ele também ressaltou a gravidade do ocorrido no contexto da violação das Convenções de Genebra, que regem o tratamento de prisioneiros de guerra.
Dmytro Lubinets, comissário de direitos humanos do parlamento ucraniano, já apelou à ONU e à Cruz Vermelha Internacional, solicitando ação urgente sobre essas violações dos direitos humanos e da lei internacional de guerra.
Este incidente não é isolado. Em setembro, a CNN divulgou dois vídeos que mostravam soldados russos atirando contra prisioneiros ucranianos que se rendiam no front. Um dos vídeos foi registrado perto de Pokrovsk, na região de Donetsk, enquanto o segundo foi filmado na região de Zaporizhia. Desde o início do conflito, o Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia já investigou 28 casos semelhantes, que resultaram na morte de 62 soldados ucranianos.
Jovens Russos Contra a Guerra Sofrem Duras Penalidades
Enquanto a violência no front se intensifica, a repressão interna na Rússia contra aqueles que se opõem à guerra também se agrava. Treze jovens russos, opositores à guerra na Ucrânia, foram condenados a duras penas de prisão, que chegam até 23 anos. Os jovens, com idades entre 17 e 20 anos no momento de sua detenção, foram acusados de sabotagem por um tribunal militar na cidade de Chita, no Extremo Oriente Russo.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia em 2022, têm ocorrido diversos ataques a ferrovias e fábricas no território russo. Esses atos são atribuídos a indivíduos que resistem à guerra e ao regime de Vladimir Putin. Na última terça-feira, o FSB, serviço secreto interno russo, anunciou a prisão de 39 pessoas, incluindo menores, acusadas de planejar atos de sabotagem em colaboração com agentes ucranianos. Essas prisões são parte de uma campanha do governo russo para conter a oposição interna à guerra e dissuadir novos atos de resistência.
Esses episódios evidenciam a brutalidade e o desrespeito aos direitos humanos em ambos os fronts da guerra – tanto no campo de batalha quanto nas ruas da própria Rússia.
Fonte: O antagonista