Chuvas aumentam previsão de bandeira amarela para o próximo mês, indicando alívio nas contas de luz e possível impacto positivo no IPCA.
As chuvas recentes em bacias hidrográficas fundamentais para a geração de energia elétrica no Brasil devem permitir a mudança da bandeira tarifária de vermelha para amarela em novembro, conforme dados preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se confirmado, o novo cenário implicará em uma redução de custo para os consumidores, que passarão a pagar R$ 1,885 para cada 100 kWh consumidos, em vez dos R$ 7,877 cobrados pela bandeira vermelha patamar 2 atualmente em vigor. Esse ajuste representa um alívio financeiro nas contas de luz e contribui para reduzir em 0,29 ponto percentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
A previsão da Aneel é sustentada pelas projeções meteorológicas que indicam um volume significativo de chuvas até o início de novembro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Esse aumento nas afluências eleva as reservas hídricas e impacta positivamente o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), um dos principais determinantes da bandeira tarifária. A consultoria PSR indica que a probabilidade de acionamento da bandeira amarela é crescente, embora o cenário ainda apresente volatilidade. Mateus Cavalieri, líder de inteligência de mercado da PSR, ressalta que a bandeira vermelha patamar 1 ainda é uma possibilidade, caso as chuvas previstas não se confirmem como esperado.
O cenário de bandeira amarela ganha força, também, com o aumento do risco hidrológico, medido pelo GSF (Generation Scaling Factor), indicador que aponta a capacidade de geração hídrica em relação à sua garantia física. Em novembro, o GSF deve chegar a 84%, um patamar superior ao de 69% registrado em outubro, o que reflete uma melhora no potencial de geração das hidrelétricas. Segundo a consultoria Thymos Energia, a tendência é de que o PLD continue em queda, especialmente nos próximos meses, o que favorece a manutenção da bandeira amarela até dezembro.
Para o último mês do ano, analistas como Cavalieri e Mayra Guimarães, da Thymos Energia, avaliam a possibilidade de uma bandeira verde, sem custos adicionais para o consumidor, caso as precipitações continuem. No entanto, esse cenário ainda depende do volume efetivo de chuvas ao longo de novembro, com projeções otimistas para janeiro. Especialistas reforçam que o monitoramento das afluências nas próximas semanas será crucial para a decisão final, uma vez que a bandeira tarifária reflete as condições climáticas e hidrológicas que afetam a geração de energia no Brasil.